quinta-feira, 20 de março de 2008

O Toque

Ali, nus, despidos de qualquer preceito ou lei social, seus corpos se tocavam, se sentiam. A pele, delicada, sensível, estava exposta para qualquer um que a quisesse machucar. Suscetível. Mas naquele contato não havia nada que pudesse fazer mal a qualquer um deles. Nem mesmo o desejo existia. O toque, a mão, a pele; a sensação de estar vulnerável e de ter o outro por inteiro era o que movia aquelas pessoas.
Cores, falhas, sinais; as diferenças eram tantas e tão notórias e, ainda assim, tão mínimas e tão insignificantes. A única coisa que importava era o calor de seus corpos, os toques de seus dedos. Eles, agora, eram um; sem semelhanças, sem particularidades. Eles, agora, eram, apenas, humanos. Com todas as suas fraquezas e forças, eram, só, humanos.

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