sábado, 21 de julho de 2007

Desabafo

Odeio escrever. Não, é sério: odeio escrever! Coisa mais chata... enjoada. Não tem a mínima graça para o escritor escrever, porque tudo o que acontece na história, ou seja lá no que for, ele já sabia antes, afinal, foi ele que criou aquilo tudo. Não há nenhuma novidade no ato de escrever.

O legal mesmo é ser leitor. Cada nova frase é uma idéia nova que, se o texto for bom, “nunca iríamos imaginar”. Não há nada de cobrança de fãs. Não há nada alfinetada de críticos. Como é difícil ter talento! O bom mesmo é ser inapto, digo, leitor.

Ok, estava (na maior parte) brincando. Até porque, não diria o contrário para não perder o público, mas, todos sabemos, escrever é um saco. Ainda mais se tem-se um prazo a ser cumprido ou uma data específica para entrar o texto (como ocorre com os malditos blogs). Mesmo assim, todos nós também sabemos, essa é uma ação muito prazerosa e recompensante, uma vez que, com ela, você consegue explanar suas idéias e, com sorte, convencer alguém de que elas estão certas.

Apesar de ser uma tarefa exaustiva, o ato de escrever possibilita a nós, pobres escritores, a chances de mostrar o mundo segundo a ótica daqueles que nele vivem, podendo assim, criticá-lo enaltece-lo, ou, até mesmo, mudá-lo.

Sem “falsa-arrogância” e brincadeiras agora, escrever é uma das melhores coisas que existem e abre muitos caminhos, todos eles, infinitos. A única coisa que torna a escrita chata é a falta inspiração. Coisa que não tenho hoje.

sábado, 14 de julho de 2007

Falsa crueldade

“Detesto gente falsa!”

Perco os dedos (da mão e do pé) quando tento contar quantas pessoas já não ouvi dizendo essa célebre e tão politicamente correta frase. Eu mesmo já disse isso, pelo menos, muitas vezes! Mas, venhamos e convenhamos, o que seria de nós sem a falsidade?

Imaginem se nós soubéssemos tudo o que os outros pensam a nosso respeito ou, pior, nós disséssemos ao nosso querido próximo tudo o que pensamos dele. Seria o caos! Não existiria santo calmo em uma situação dessas. Para solucionar e evitar tais problemas, o ser humano criou, então, um de seus mais brilhantes recursos: a falsidade (só perdendo para a falsa modéstia e para desculpa). Com esse incrível subterfúgio, nos tornamos hábeis a evitar ocasiões constrangedoras e a não magoar os sentimentos alheios (pelo menos, não diretamente).

Porém, se isso fosse tudo, não haveria motivo para eu dedicar tanto tempo à esse assunto (embora eu esteja de férias e não tenha muito mais o que fazer). A falsidade, além de evitar momentos chatos, concede ao ser humano o incrível poder de criar momentos agradáveis. É o caso de, por exemplo, aquele amável texto mal escrito do seu amigo ou aquele desenho de uma bicicleta que lembra muito um polvo, no qual, se fosse dita a verdade, a pessoa se magoaria (e provavelmente te odiaria). Contudo, se usada a falsidade de maneira correta, é fácil não magoar o coleguinha e, de quebra, ainda garantir a felicidade dele (por ter um desenho bonito) e sua (quando rir do desenho dele depois).

Então, mais importante que super força, controle do tempo ou habilidade de voar, é a falsidade, que, por tudo isso, garante ao ser humano o super poder de viver em sociedade, uma das atividades mais árduas já existentes. A pessoa falsa não é, portanto, uma pessoa ruim, é só mal compreendida. Afinal, existe bem maior do que esperar para rir de alguém quando este vai embora, ao invés de rir dele na hora?