Era, no fim, um belo balão. Não que fosse muito diferente dos outros, mas era perceptivelmente único. Voava mais alto que todos os outros, era mais vermelho que todos os outros, tinha o laço mais bonito dentre todos os outros e, além disso tudo, era meu! Só eu sei como eu me sentia feliz segurando aquele balão. O meu balão.
Porém, enquanto eu acreditava segurar forte o suficiente a corda para que ele não fosse embora, um vento que surgiu do nada o arrancou da minha mão. Eu tentei, desesperado, pular e segurar o barbante, mas já era tarde demais. Não era mais o meu balão.
Durante algum tempo eu acompanhei com os olhos o caminho incerto que fazia. Cada segundo que passava, mais alto ele ficava e para mais longe ele ia. Vi o meu balão vermelho ir, aos poucos, embora. Eu o havia perdido.
Mas, quando eu já tentava segurar as primeiras lágrimas que se preparavam para descer, ele parou. Ficou preso no telhado de uma casa. Era minha chance de conseguir o meu balão de volta. Era. Pois no momento em que soltei da mão da minha mãe para correr atrás dele, uma nova rajada de vento soprou, e o empurrou fortemente contra o telhado irregular.
Corri para catar os restos do meu balão e não consegui mais segurar o choro que insistia em cair. Só achei alguns pedaços e o laço que havia na sua ponta. Era os pedaços mais vermelhos e o laço mais bonito do balão que voou mais alto. Mas ainda eram só pedaços. E pedaços não voam.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
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